Uma tempestade solar pode causar um “apocalipse” na Internet no ano que vem. Publicada pelo Insider Paper nessa quarta-feira (13), a previsão é do professor Peter Becker, da Universidade George Mason, nos Estados Unidos. Ele é responsável por desenvolver sistemas de alerta sobre atividades solares que possam prejudicar a tecnologia mundial.
“A Internet atingiu a maioridade numa época em que o Sol estava relativamente calmo e, agora, está entrando numa época mais ativa”, afirmou o pesquisador. Segundo ele, é a primeira vez na história em que há uma convergência entre o aumento da atividade solar e a dependência da Internet pelos humanos.
A última atualização do Centro de Previsão do Clima Espacial da NOAA indica que o Ciclo Solar 25 — que prevê uma supertempestade solar — deve atingir o pico mais cedo do que o inicialmente previsto. As projeções apontavam para um pico em julho de 2025, mas, agora, acredita-se que a fase mais intensa poderá ocorrer já no ano que vem.
As tempestades solares acontecem quando uma grande bolha de gás superaquecido, conhecida como plasma, é ejetada pela superfície do sol e atinge a Terra. Esse fenômeno é chamado de ejeção de massa coronal.
Ao atingir a Terra, essa “nuvem de plasma”, composta por partículas eletricamente carregadas — prótons e elétrons — interage com o campo magnético que circunda o nosso planeta. Essa interação enfraquece e deforma o campo magnético terrestre, aumentando as chances dos fenômenos naturais acontecerem.
Por consequência dessas interações, as tempestades solares ou geomagnéticas podem desencadear grandes quantidades de raios cósmicos na atmosfera, que, por sua vez, produzem carbono-14, um isótopo radioativo de carbono.
De acordo com Becker, explosões solares podem afetar rede elétrica, satélites, cabos subterrâneos de fibra óptica com revestimento de cobre, sistemas de navegação e GPS, transmissores de rádio e equipamentos de comunicação.
“Todo mundo pensa: 'Meu computador está aterrado, estou bem'. Mas, em um evento como esse, se você direcionar correntes indutivas para a superfície da Terra, quase pode funcionar ao contrário, e você pode acabar realmente fritando coisas que achava que eram relativamente seguras”.
O pesquisador disse ainda que cada minuto será importante para garantir a manutenção dos sistemas. “Se tivermos um aviso, cada minuto conta, porque é possível colocar os satélites em modo de segurança. Você pode desligar os transformadores da rede, para que não fritem”, explicou.
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